Lisboa Dakar 2007

O maior rali do mundo.

dezembro 07, 2006

O francês Luc Alphand, vencedor do Lisboa-Dakar'2006,
considera que o novo Mitsubishi Pajero dá garantias para a marca voltar a repetir o triunfo,

apesar da grandeza de meios da equipa Volkswagen e da rapidez do seu Touareg.

"Os nossos adversários têm carros mais rápidos que os nossos.
Creio que em Marrocos vamos passar dificuldades, mas espero que depois a nossa fiabilidade nos permita ser melhores. O motor deles é mais rápido que o nosso, mas no Dubai conseguimos bons resultados na mesma, pois ele têm problemas de fiabilidade", afirmou Alphand.

Em conversa com os jornalistas após a apresentação da equipa Repsol Mitsubishi para a edição 2007 do mítico rali de todo-o-terreno, realizada hoje em Lisboa, o piloto francês considerou que "a força da Mitsubishi é a experiência" "O conhecimento de África e do terreno e das condições de corrida é a força da marca.
Este é o 25.º Dacar para a equipa oficial da Mitsubishi, que já conta 11 vitórias, sempre com o desafio de ganhar, com carros fiáveis e pilotos que se dão bem em vários terrenos", explicou o ex-esquiador, que trocou a neve pelo todo-o- terreno.

Sobre a prova, que arranca de Lisboa a 6 de Janeiro, Alphand considerou que "vai ser um DaKar clássico e difícil", porque após a partida "há logo duas etapas, depois passa-se Marrocos e logo a seguir a Mauritânia". "É um Dakar muito compacto e as etapas na Mauritânia são sempre muito difíceis. Por isso, é muito difícil ganhar o Dakar. Mas espero que as coisas corram bem, sem problemas para a equipa Mitsubishi", acrescentou.

Alphand considera que a marca nipónica, que conta ainda com o compatriota Stéphane Peterhansel, seis vezes vencedor do Dakar em motos e duas em carros, o japonês Hiroshi Masuoka, que ganhou duas edições em carros, o espanhol Nani Roma, vencedor nas motos em 2004, tem "uma equipa sólida", capaz de fazer frente à Volkswagen.

"Creio que o Giniel de Villiers é o homem a bater na Volkswagen.
Todos falam do Ari Vatanen, do Carlos Sainz, mas penso que o mais sólido é de Villiers.
É muito rápido, resistente, conhece bem o terreno e foi segundo na última corrida, é um verdadeiro africano", afirmou o francês sobre a concorrência na marca alemã, que equipa ainda o português Carlos Sousa, do Team Lagos.

Sobre as escolhas da marca nipónica dentro da equipa, Alphand garante que estão todos ao mesmo nível à partida, pois dispõe de "quatro bons pilotos e nunca houve piloto número um, dois, três ou quatro". "É a filosofia da Mitsubishi e as decisões fazem-se durante a corrida, não ao início. Temos o mesmo carro, as mesmas oportunidades. Partimos em equipa e é a Mistubishi que tem de ganhar, quer seja eu, o Peterhansel, o Roma ou o Masuoka", assegurou.

Peterhansel também falou do novo Pajero, explicando que "não é uma revolução", relativamente ao anterior. "Tem o aspecto é um pouco diferente, mas o ponto principal foi termos baixado o centro de gravidade do carro, que é mais fácil de guiar, tem mais equilíbrio, e o cockpit é maior, o que dá mais conforto. O outro ponto é a fiabilidade, fizemos os ralis de Marrocos e do Dubai sem problemas, o que nos deixa confiantes relativamente ao carro", sublinhou.

Sobre a concorrência, Peterhansel considera que "o novo Touareg andou muito rápido no Dubai, mas a sua fiabilidade não é tão boa", e pensa que "há sete pilotos que podem ganhar o Dacar", referindo-se aos "quatro da Mitsubishi, a dois da Volkswagen (de Villiers e Sainz) e a Jean-Louis Schlesser, "que também é rápido, mas não tem fiabilidade".

Depois de um ano de azar, em que um choque contra uma árvore o deixou fora de prova quando liderava a poucos dias do fim, Peterhansel acha que "é possível vencer". "O ano passado a corrida não foi boa para mim.

O Dakar é uma corrida longa em que a chave é não cometer erros, pois é fácil cometê- los. Vamos tentar fazer uma corrida sem erros e se isso acontecer é possível vencer", frisou.

O outro home da Mitsubishi presente na apresentação da equipa, o espanhol Nani Roma, também pensa que este pode ser o seu ano no Dakar em carros, depois de ter vencido a prova em motos em 2004.

"Vamos tentar vencer. O Dakar é sempre uma corrida complexa, muito larga, e o importante é termos trabalhado, termos feito os deveres e as coisas bem. Trabalhámos muito, penso que temos um bom carro, uma boa equipa e as coisas vão sair bem", afirmou.
Roma sublinhou, no entanto, que será a corrida a decidir, "pois há dias em que surgem problemas e eles também influem nas decisões da equipa", mas está contente com o trabalho que fez, "que é para ganhar a corrida".
Publicação: JORNAL RECORD